
Leishmaniose em Portugal: Compreender a Doença para Proteger o Seu Cão
A importância da Vacinação contra a Leishmaniose: a Leishmaniose canina é uma doença parasitária crónica e potencialmente fatal, causada pelo protozoário Leishmania infantum. A transmissão ocorre através da picada de flebótomos — pequenos insetos hematófagos (que se alimentam de sangue), frequentemente confundidos com mosquitos. Esta zoonose (doença transmissível de animais para humanos) é endémica em Portugal continental, registando-se taxas de prevalência superiores a 20% em algumas regiões.
O que é a Leishmaniose Canina?
Trata-se de uma doença sistémica, ou seja, pode afetar múltiplos órgãos e sistemas do corpo do cão. O parasita entra na corrente sanguínea através da picada do flebótomo e aloja-se em células do sistema imunitário. Com o tempo, provoca inflamação crónica e lesões que podem atingir pele, rins, fígado, olhos e articulações.
É uma doença silenciosa que se instala no corpo do animal e, se não for detetada a tempo, pode comprometer seriamente a sua saúde.
A Leishmaniose é também uma zoonose — ou seja, pode ser transmitida a humanos e a outros animais, como os gatos. Em Portugal, essa transmissão é rara e considerada acidental, mas não deixa de ser uma preocupação relevante do ponto de vista da saúde pública.
Como se Transmite?
A infeção não ocorre por contacto direto entre cães, nem de cão para humano. O inseto pica um cão infetado, contrai o parasita e transmite-o ao próximo cão que picar.
O que é o flebótomo?
Os flebótomos são insetos pequenos, silenciosos, com cor entre o amarelo-claro e o castanho-escuro. Mantêm-se ativos desde o início do calor (normalmente abril) até setembro — e, em anos mais quentes, desde março até novembro. Com as alterações climáticas, este período tem-se prolongado, aumentando o risco de transmissão da doença.
Quem está mais em risco?
Embora qualquer cão possa contrair leishmaniose, algumas raças parecem ser mais suscetíveis, como o Pastor Alemão, Boxer, Doberman e Cocker Spaniel. Nestes casos, a prevenção é ainda mais essencial.
Sinais Clínicos Mais Frequentes
Os sintomas variam consoante a resposta imunitária do cão e o tempo de infeção. Os sinais mais comuns incluem:
- Perda de pelo, especialmente ao redor dos olhos, orelhas e nariz;
- Emagrecimento progressivo;
- Feridas que não cicatrizam;
- Crescimento anormal das unhas;
- Apatia e fraqueza;
- Aumento do consumo de água e produção de urina (sinais de insuficiência renal).
Os cães infetados tornam-se mais frágeis, apresentam alterações visíveis na pele e no comportamento, e em casos graves, desenvolvem falência renal.
Onde existe maior risco em Portugal?
Grande parte de Portugal Continental é considerada zona endémica. As regiões mais afetadas incluem:
- Castelo Branco e Portalegre (prevalência superior a 26%)
- Bragança, Guarda, Coimbra, Santarém, Setúbal e Faro (15–20%)
ATENÇÃO: Se viajar com o seu cão para zonas de risco, como o Algarve, especialmente em meses quentes, tome medidas preventivas. O risco está a aumentar com as mudanças climáticas.
Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico é realizado através de análise ao sangue. O tratamento não elimina o parasita, mas controla os sintomas e melhora a qualidade de vida do animal. Envolve a administração de medicamentos desparasitantes e suporte ao funcionamento dos órgãos afetados.
IMPORTANTE: mesmo após o tratamento, os cães infetados podem permanecer portadores, servindo de reservatório para o parasita.
Como Prevenir a Leishmaniose?
A prevenção continua a ser o método mais eficaz de proteção. Eis as principais medidas:
- Pipetas desparasitantes : Aplicadas a cada 3, 4 ou 5 semanas (conforme o produto), evitam a picada do flebótomo.
- Coleiras repelentes: Com duração entre 6 e 12 meses, oferecem proteção contínua.
- Vacina contra a leishmaniose: Requer teste pré-vacinal. Reduz significativamente o risco de desenvolver a doença.
- Evitar passeios ao entardecer e durante a noite: Períodos de maior atividade do inseto.
- Rastreios anuais: Para deteção precoce e acompanhamento em zonas de risco.
Vacinar é proteger — e é urgente! A vacina é uma forma eficaz de preparar o organismo do seu cão para reagir ao parasita e pode fazer toda a diferença entre uma vida saudável e uma doença crónica.
Não Deixe para Amanhã!
Manter o seu cão protegido da Leishmaniose é um dever de saúde animal e pública. Não espere pelos primeiros sinais. Se vive, viaja ou passa férias com o seu cão numa zona de risco — ou mesmo se não tem a certeza — marque já:
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Fontes: Organização Mundial da Saúde (OMS) | Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV)